terça-feira, 27 de outubro de 2015

Talvez...



Talvez…

 

Talvez tenham perdido a mensagem...

Talvez...

Talvez tenham cumprido uma missão...

Talvez…

Talvez tivesse sido um sonho…

Talvez…

Um desabafo da alma, um fingimento

Um pseudo elevar de um ego distorcido

Uma prova, um teste a mim próprio,

Um meramente, um nada, num tudo palavra…

 

Talvez…

Nem se querer tenha começado,

Ou acabado seja lá o que for,

Talvez, não exista por nunca ter existido,

Por ter nascido de um pesadelo

De um outro louco poeta

Ou o louco seja eu próprio

Por me saber existir apenas na mente,

Ou desejo, ou na queda profana

De um marido doente de amor…

 

Talvez…

Talvez eu não seja nada,

E no nada que sou não posso morrer,

Sou eterno, ou não… um dia calo-me…

Só pelo prazer de me calar… sem ter nada a dizer

Sem ter nada a vos explicar…

Porque eu ainda tenho esse poder,

O poder de me calar, mesmo que não possa morrer!

Sirio de Andrade®
In: Antologia Depressiva

 
 


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