Sim, sei que nada sou,
No tudo que sou, sou nada,
Sou dejeto da incúria humana,
Na vil desumanidade do ser,
Sou a insignificância do nome,
Do nome que não ouso usar
homem, como posso ser
como posso ousar chamar-me
De homem...
E tudo que de nada faço
E tudo que digo e não faço
Simplesmente acontecer
Sou um nada escrevente
Sou um nada falante
Sou um nada
Se nada faço
E tudo o que faço
Está erradamente
Condenado
A ser mal interpretado...
No tudo que sou, sou nada,
Sou dejeto da incúria humana,
Na vil desumanidade do ser,
Sou a insignificância do nome,
Do nome que não ouso usar
homem, como posso ser
como posso ousar chamar-me
De homem...
E tudo que de nada faço
E tudo que digo e não faço
Simplesmente acontecer
Sou um nada escrevente
Sou um nada falante
Sou um nada
Se nada faço
E tudo o que faço
Está erradamente
Condenado
A ser mal interpretado...
Nada sou,
E no nada que sou
Nada faço
E o que faço
Nada me chega!...
E no nada que sou
Nada faço
E o que faço
Nada me chega!...
Sírio de Andrade®
In: Antologia depressiva
Sem comentários:
Enviar um comentário